Produção automóvel europeia com queda acima dos 25 por cento este ano


A crise da indústria automóvel europeia deverá adensar-se este ano e a evolução do mercado em 2010 estará condicionada devido aos esquemas de incentivos postos em marcha por vários Governos europeus.
“Embora o cenário para a segunda metade de 2009 permaneça incerto, os actuais desenvolvimentos indiciam que a produção deverá cair 25 por cento em 2009 no segmento dos veículos de passageiros e pelo menos 50 por cento nos comerciais”, avança hoje em comunicado a Associação de Construtores Europeus de Automóveis (ACEA).De acordo com a ACEA, a maioria dos fabricantes não espera que a situação do mercado automóvel melhore até 2010. Contudo, “a procura de veículos de passageiros poderá cair abruptamente no início do próximo ano, se os esquemas de incentivos não foram retirados gradualmente”.No primeiro trimestre deste ano, a produção automóvel na Europa recuou 35 por cento, saldando-se em 3,4 milhões de veículos. Com uma queda de 57,4 por cento, o Reino Unido foi, de entre os cinco maiores fabricantes automóveis europeus, o país mais afectado. Seguiu-se a França (com menos 46 por cento de automóveis produzidos), a Espanha (menos 40,2 por cento), a Itália (menos 38,6 por cento) e a Alemanha (menos 32,3 por cento).Em Portugal a produção diminuiu 36,5 por cento de Janeiro a Março, um valor elevado mais ainda bem distante da queda abrupta da Áustria – menos 69,2 por cento.De acordo com a ACEA, o número de novas matrículas tem vindo também a cair fortemente. Nos primeiros cinco meses do ano, matricularam-se menos 13,9 por cento de ligeiros de passageiros, ao passo que os comerciais diminuíram 37,6 por cento. Apesar de tudo, a tendência de queda nas novas matrículas tem vindo a abrandar graças aos incentivos dos Governos europeus para a troca de carro. Contudo, segundo a ACEA, a situação poderá agravar-se em 2010, altura em que vários desses esquemas começam a ser retirados.De acordo com a ACEA, a indústria automóvel europeia emprega actualmente 2,2 milhões de trabalhadores directamente, mas há mais 9,8 milhões que dependem indirectamente do sector.Os membros da ACEA, onde se encontram as principais fabricantes europeias (Fiat, Peugeot Citröen, Reunalt, Volkswagen, BMW), são responsáveis por receitas de 551 mil milhões de euros e as exportações do sector valem 77 mil milhões.


Publico Online

Sem comentários:

Enviar um comentário