Carros verdes da VOLVO

A Volvo decidiu que vai fazer carros limpos. Enquanto estes não chegam, reduziu as emissões de todos os modelos da gama.



Como cidadão exemplar da Suécia, país que assumiu como meta a independência total dos combustíveis fósseis em 2020, a Volvo faz questão que, num futuro muito próximo, os seus carros tenham emissões zero. Uma boa intenção, mas algo difícil de realizar com convencionais motores a combustão.

A bondade da promessa da Volvo de baixar 5g/100 km de CO2 por ano em todos os seus modelos é inquestionável, mas também é reveladora de um paradoxo insanável. A este ritmo, que até é razoável, o carro menos poluente da Volvo tornar-se-ia completamente limpo em 2030; o mais gastador, lá para 2100. Portanto, esta intenção da Volvo passará necessariamente por prescindir dos motores dependentes de hidrocarbonetos. Um passo decisivo nesse sentido vai ser dado em 2012, quando chegarem os primeiros híbridos da marca. Depois, logo se verá...

Enquanto esse dia não chega, e à falta de melhor alternativa, aprecia-se o esforço, feito de modo discreto mas relativamente eficaz e abrangente, de reduzir os níveis de emissões. A receita do conceito DRIVe Towards Zero que foi agora apresentado em Estocolmo é simples e obedece a um princípio igualmente óbvio: quanto menor a capacidade do motor, menor o seu consumo, logo, menores serão também as emissões de CO2.
Portanto, se à primeira vista, pode parecer estranho constatar que os maiores modelos da Volvo - S80 e V70 - passem agora a contar com o mesmíssimo motor 1.6 Diesel do mais pequeno modelo da marca - o C30 -, quando olhamos para os consumos de 4,9 l/100 km e para as emissões de 129 g/km de CO2, de repente, tudo faz sentido.
Pelo menos para nós, porque para os responsáveis da Volvo em Portugal, nem por isso. Para estes, o mercado português não iria aceitar lá muito bem uma motorização tão modesta em carros tão grandes e tão caros e só, eventualmente, o V70 terá direito a ela em Portugal. Nas gamas de acesso é que não há problemas desses e nos C30, S40 e V50, este motor surge acoplado a um sistema Start-Stop (que desliga automaticamente o motor quando o carro está parado), o que permite valores ainda mais apelativos: 3,9 l/100 km e 104 g/km de CO2 e, claro, preços mais baixos.

Outra novidade bem interessante resulta da aplicação do conceito DRIVe naquele que é um dos mais bem conseguidos produtos da marca: com o motor 2.4D (de 175 cv), o XC60 baixa para 6l/100 km o consumo médio e para 159 g/km o nível de emissões face à versão D5. Uma redução que depois tem recompensa no preço: 42.960 euros, uns bons 9 mil euros menos. Ficamos, portanto, todos a ganhar.


Expresso Online

Sem comentários:

Enviar um comentário